Um método
que gosto de usar para explicar muitas coisas é começar dizendo o
que elas não são. Gosto de usar isso quando alguns temas possuem
definições populares mas que, apesar de bastante difundidas, estão
em desacordo com as Escrituras.
Primeiro:
Conversão não é uma decisão ou resolução moral do homem. Uma
conceito bastante popular de conversão está ligado a vida moral dos
que professam a Fé cristã. Crente não rouba, não mata, não
bebe... Ora, roubar não é algo proibido ou imoral apenas para
cristãos, mas para ateus, espíritas, budistas e para qualquer ser
humano, o ato de roubar segue uma convenção social universal de que
é imoral. Logo, Conversão não é assumir a partir de um momento a
necessidade de praticar boas obras e viver de forma correta na
sociedade em que se está inserido.
Segundo:
Conversão não é uma decisão intelectual. É comum em algumas
denominações o momento do apelo final ou o “convite a Salvação”.
Veja, após um sermão de 45 minutos, onde a pessoa foi exposta a uma
explanação sobre um assunto bíblico que não necessariamente trata
especificamente do arrependimento, do perdão e do poder da Cruz,
temas básicos para compreender a Salvação, aquele homem ou mulher
é submetido a uma oração realizada por repetição e recebe, de
forma quase que papal, a Salvação. Isto é obviamente um atentado a
ensinos básicos do Evangelho e não encontra suporte bíblico senão
na fragilidade de alguns versículos mal interpretados.
O que é
a Conversão então? A Conversão é um processo e não um momento,
por isso ela não pode ser fundamentada em uma decisão tomada por
alguém ao final de um sermão que pode ter mexido com o emocional
dessa pessoa, mas não com sua mente. A Conversão também é uma
alteração de caminho, uma mudança radical naquilo em que creio e
confio. A Conversão significa que agora meu coração caminha e
deseja caminhar em direção a Deus e rejeita de forma absoluta e
incondicional aquilo que é desprezado por Ele.
Conversão
é uma profunda mudança de confiança. A minha confiança depositada
nas minhas habilidades, bens, amigos, governo etc. é substituída
por uma confiança plena em Cristo. Minha esperança neste mundo e
naquilo que posso conquistar por meio das minhas capacidades é
substituída pela Esperança que tenho em Cristo e naquilo que Ele
não irá conquistar, mas já conquistou de forma gloriosa na Cruz.
O chamado
dos discípulos é algo fantástico de se analisar, a simplicidade do
ato de Simão Pedro e André ou João e Tiago, largando suas redes
(Mateus 4.18-22) ou de Mateus abandonado seu posto na alfândega
(Mateus 9.9) e seguindo a Cristo, tem um profundo significado
espiritual para explicar a Conversão. O poder do chamamento de
Cristo e a convencimento gerado pelo Espírito Santo, faz com que o
homem abandone de forma imediata aquilo em que ele deposita sua
confiança.
Por fim,
Conversão é um ato de Ressurreição. Pega-se um cadáver, um corpo
totalmente sem vida pois não há Espírito nele, o Pecado não
apenas o aprisionou mas o consumiu até a morte, não passam de ossos
secos e empoeirados. Então, fazendo uso de seus ministros, nós, os
salvos, os já convertidos, Deus diz: “Diga a esses ossos: Ouçam a
Palavra de Deus!” (Ezequiel 37.4). E a Palavra, não nós, mas a
Palavra, a mesma que gerou o Universo do absoluto vazio e ordenou
toda a Criação, faz com que ossos secos e sem vida criem juntas,
nervos, carne e um coração pulsante.
Conversão
nada mais é do que a sobrenatural atuação do sangue de Cristo por
meio da pregação da Palavra de Deus, que tem o verdadeiro poder de
ressuscitar os mortos. Então pregue a Palavra de Deus. Ressuscite os
mortos.
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