8.9.10

edir, o malthusiano

Thomas Malthus, um economista inglês do século XVIII, era um averso à pobreza. Pobre era um problema que precisava ser exterminado. Pobre não precisava de uma segunda chance pois não iria aproveitá-la mesmo. Pobre só dá desgosto e detona os cartões postais de uma nação... pobre não tem solução.

O que fazer? Ele aconselhava que o homem usasse a "inteligência". Sábio seria promover guerras ou mesmo disseminar alguma epidemia. Uma opção mais barata seria restringir atendimento médico e alimentar para pessoas sem condições financeiras de arcar com os custos dos tratamentos e medicamentos... tudo como forma de "controlar" o crescimento populacional... uma forma inteligente de "planejar a sociedade".

Por sua teoria ele foi considerado por muita gente imoral, cruel e desumano... por outros, mentes brilhantes da época, um homem sensato, racional e extremamente inteligente.

Malthus, não era ateu... não era um fascista... era um religioso "cristão reformado" e vigário da igreja Anglicana em sua cidade.

Li em um blog alguns dados sobre o aborto nos Estados Unidos, país onde esse crime não é crime. Pela fonte, 93% das mulheres que abortam são motivadas por problemas sociais, apenas 6% por problemas de saúde (do feto ou da gestante) e somente 1% são vítimas de algum tipo de violência sexual. Neste país protestante, abençoado poderosamente pelo deus da prosperidade, aproximadamente 4000 mil vidas são mortas diariamente (apenas no ano de 2000, há 10 anos atrás, foram 1 milhão e 300 mil abortos).

Seguindo esta linha de pensamento, onde criança é problema social, até que o senhor Edir Macedo não está errado. Se a criança é um estorvo e uma potencial ameaça para a sociedade, basta eliminar a sementinha do mal que tanto desgosto trará para a humanidade no futuro. Mais ou menos como as guerras preventivas que os Estados Unidos promovem pelo Oriente Médio (estou sendo sarcástico, caso você não tenha entendido).

Como idéia de planejamento familiar, a idéia do Macedo é parecida com a de Thomas Malthus. Parecida, não igual. Malthus era mais cruel, estava matando pessoas já formadas e com alma e não alguma coisa sem forma dentro do útero (estou sendo sarcástico novamente).

Utiliza-se como ponto "pró-aborto" a redução da criminalidade em nações como os Estados Unidos, Canadá e Austrália... porque então não usamos também como ponto "pró", o grande aumento das "igrejas evangélicas" que compactuam com a teologia da prosperidade nesses mesmos países? Será que não existe um elo entre estes três dados: crescimento da igreja + crescimento dos abortos = menos violência. Poderíamos inclusive, tornar tal prática doutrina cristã. E não apenas política de planejamento familiar. (mais uma vez, estou sendo sarcástico).

O mais engraçado... sério, é engraçado... pelo menos eu achei (claro que com uma "dose + forte" de humor de IML) o fato de que ao defender o aborto o sr. Edir Macedo utiliza o exemplo de sua mãe. Segundo ele, ela praticou 16 abortos e mesmo assim foi para o céu. Entendam... não estou dizendo que ela não foi... Paulo perseguia e matava cristãos e foi salvo... só estou tentando entender como foi que ele recebeu essa informação de que ela realmente foi para o céu? E uma outra coisa eu não consigo entender. Como alguém, saído de um útero em que quase 50% dos que por ali passaram foram mortos, despreza os que não tiveram uma segunda chance como ele?

A teoria de Thomas Malthus não colou... não diretamente... mas indiretamente hoje os serviços de assistência médica e alimentar nos países menos desenvolvidos não deixam de ser uma idealização às avessas da teoria malthusiana. Guerras... graças a elas meio mundo é mantido sob um certo controle, pois seu efeito mais drástico não são os mortos em combate, mas o que resta em uma nação sem hospitais para tratar os inválidos, e sem infra-estrutura e recursos para se reconstruir. Uma guerra de dois anos ecoa por duas décadas.

A idéia do sr. Edir Macedo, que não é dele... talvez como planejamento familiar seja, eu mesmo nunca tinha ouvido nenhuma defesa do aborto sob este ponto de vista tão peculiar... logo vai pegar. Pode demorar um pouco... mas não muito. Triste, mas me parece muito claro pelo andar da carruagem.

Há no entanto em  tudo isso, algo que todo cristão devia compreender e entender da manifestação da Soberania de Deus. Os tempos, ainda que tenebrosos (e podem piorar) parecem estar no fim. Pois não foi a respeito dos primeiros, mas sim dos últimos dias que Jesus disse: e o amor de muitos esfriará.

Um comentário:

  1. Antes de qualquer comentário... eu sei que fui simplista ao explicar a Teoria de Malthus. Usei-a apenas para comparação não para análise.

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